quinta-feira, 30 de junho de 2011

Continuando

Demanda do Maria Alice Fernandes é compatível com estrutura

Na unidade, pacientes são acolhidos de maneira ágil, além de não haver superlotação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Por Silvia Ribeiro Dantas
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Na manhã desta quinta-feira (30), a reportagem do portal Nominuto.com visitou as dependências do hospital pediátrico Maria Alice Fernandes, no Parque dos Coqueiros, constatando que os pacientes são acolhidos de maneira ágil, além de não haver superlotação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

De acordo com Wilson Cleto, diretor do hospital, nunca houve superlotação nas enfermarias, apesar de o hospital receber muitos pacientes de municípios do interior do Rio Grande do Norte sem um contato prévio. Mesmo assim, existe um projeto de ampliação das enfermarias, para que a quantidade de leitos disponíveis passe de 55 para 65.

Uma obra de ampliação já foi efetuada no hospital durante o início deste ano fazendo com que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que dispunha de 5 pudesse passar a abrigar 10
Foto: Elpídio Júnior
"Desde o início, a UTI permanece cheia"
leitos. “Desde o início, a UTI permanece cheia, por haver um grande déficit de UTI pediátrica no Estado. Mas não há uma superlotação”, avalia o diretor.

Wilson Cleto revela que há intenção de construir uma unidade para dependentes de ventilação mecânica para atender aqueles pacientes que necessitam apenas de respirador. Ele explica que esse espaço é necessário por algumas crianças ficarem bastante tempo na UTI. “Que eu tenho conhecimento, há sete crianças no Estado que se encontram nesta situação e uma delas está aqui no hospital há seis anos. Além do aparelho para a respiração, eles precisam apenas da assistência de uma equipe de enfermagem, então com um local específico para eles, desafogaria a UTI”, detalha.

Bem estar
No hospital, as crianças internadas também têm acesso a uma brinquedoteca e recebem assistência no que diz respeito à educação, em um espaço batizado “Classe Hospitalar”, no qual uma professora cedida pela Secretaria de Estado da Educação auxilia os pacientes a acompanhar as disciplinas que estão vendo na escola. Além disso, há um boletim periódico enviado para a secretaria, sobre o rendimento das crianças.

Foto: Elpídio Júnior

Para os acompanhantes, que quase sempre são as mães, há aulas de produtos artesanais, como biscuit, pintura em tecido e confecção de acessórios de cabelos. “Esse tipo de ação chega até a estimular a mãe a participar ativamente do tratamento”, completa Cleto.
 

Deu no Portal nominuto,com

Após interdição, PS do Maria Alice funciona em boas condições

Pronto-socorro da unidade passou quase um mês sem funcionar e hoje atende apenas pacientes de urgência ou emergência.

Por Silvia Ribeiro Dantas

Atendimento ágil e ambiente tranqüilo. É isso o que pais e as crianças que precisam de atendimento de urgência e emergência encontram no pronto-socorro do Hospital Maria Alice Fernandes, gerido pela Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap) e especializado em pediatria. No local são atendidas crianças em estado grave, geralmente com crise convulsiva, acidentes, dores agudas e asma grave ou moderada.

Mas o quadro já foi bastante diferente. Durante mais de dois anos, a rotina no pronto-socorro da unidade era de longas filas, com crianças esperando até cinco horas para ser atendidas, desentendimentos entre pacientes e integrantes das equipes de saúde e inúmeras reclamações. O período mais crítico foi em abril deste ano, quando o pronto-socorro chegou a ser fechado por déficit de médicos para cumprir a escala de plantão e permaneceu interditado durante quase um mês.
Foto: Elpídio Júnior

O diretor do hospital, Wilson Cleto, conta que a situação mudou após a contratação de profissionais, o que permitiu que o pronto-socorro - interditado em 22 de abril - fosse reaberto em 13 de maio, contando com 21 pediatras para trabalhar em regime de plantão. Além disso, houve uma modificação na forma de atendimento na unidade. “Funcionávamos como um grande ambulatório, fazendo o papel de hospital, pronto-socorro e posto de saúde. Vinha criança com dor na barriga, por não estar comendo, porque tinha bicho de pé ou pano branco, ao mesmo tempo em que chegavam os pacientes com asma grave, crise convulsiva e ficavam todos juntos, o que fazia com que o atendimento para aqueles com doença grave fosse reatardado, prejudicando o resultado final”, explica.

Atualmente, os casos classificados como menos graves são encaminhados para outras instituições de saúde, como Santa Catarina, Sandra Celeste ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Com isso, conta o diretor, o tempo de resposta de atendimento que chegava a ser de até 5 ou 6 horas, passou para 10 a 20 minutos.
Foto: Elpídio Júnior
Wilson Cleto, diretor do hospital.

A maior eficiência no tempo de resposta foi uma conseqüência da redução no volume de pacientes que chega ao Maria Alice Fernandes, que caiu de uma média mensal de 5 mil para os atuais 2 mil. “Chegamos a atender mais de 7,5 mil crianças em março deste ano e os casos mais graves correspondiam a menos da metade dos pacientes que recebíamos, até abril deste ano”, enfatiza.

Cleto lembra que no dia seguinte à reabertura do pronto-socorro, um paciente foi recebido se queixando de dor abdominal e cerca de quatro horas depois foi constatado que ele tinha um tumor. “Não sei o desfecho do caso, mas ele teve o diagnóstico correto e é provável que se a nossa demanda ainda fosse muito grande, os médicos tivessem se concentrado em acabar com a dor, sem buscar o diagnóstico imediatamente. O que mudou principalmente foi a qualidade ao atendimento de quem tem característica de urgência”, analisa.
 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Embaixador do Jazz se apresenta na EmUFRN


Embaixador do Jazz se apresenta na EmUFRN

POR IANNE, EM 19.06.11
O saxofonista americano Michael Tracy, considerado “Embaixador do Jazz” vem à Escola de Música da UFRN realizar ciclo de masterclasses e apresentações. Na terça-feira, 21, Tracy conduz as atividades “O Jazz e a improvisação: Técnicas para desenvolver a linguagem do Jazz” e “A Prática de Conjunto em Jazz: técnicas de ensaio e práticas de jazz”, começando às 14 horas, no mini auditório da Escola de Música. Na quarta, 22, o músico se apresenta em ensaio aberto com os professores da Escola no auditório Onofre Lopes, à partir das 18 horas. Os eventos da terça e quarta-feira são abertos ao público. Na quinta-feira, Michael Tracy realiza jam session no Espaço Cultural Buraco da Catita, às 21 horas.
Michael Tracy é um dos mais proeminentes educadores de jazz dos Estados Unidos, com mais de trinta e cinco anos de experiência em performance e ensino. Com seu trabalho, já viajou pela  Austrália, Canadá, China, Alemanha, Inglaterra, Japão, entre muitos outros países. Tracy é professor de música e jazz na Escola de Música da Universidade de Louisville, em Louisville, Kentucky, onde ensina saxofone, e é diretor do Jamey Aebersold Jazz Studies Program. Seu primeiro disco, Facts, trouxe o sax em grande variedade de estilos, estendendo-se do jazz ao clássico. Em 2003, gravou o disco  Tracings,onde  incluiu arranjos e standards brasileiros e originais. O trabalho mais recente, Gusting, de 2004, apresenta uma variedade de composições contemporâneas.
Tracy estudou com grandes músicos do jazz como Jamey Aebersold, David Liebman, Jerry Coker e David Baker e tocou como solista ao lado de grandes nomes como Ella Fitzgerald, Buddy Rich, J.J. Johnson, Johnny Mathis, entre outros. Em grupo, ja se apresentou com outros grandes nomes do mundo do jazz, entre eles Rufus Reid, Bobby Shew, Dan Haerle e Pat La Barbera.
Segue abaixo a programação completa de Michael Tracy em Natal
Terça Feira, 21 de junho:
14:00h – 15:30h – Masterclass:
“O Jazz e a improvisação: Técnicas para desenvolver a linguagem do Jazz”
Aberto ao público.
Local: Mini Auditório da Escola de Musica
da UFRN
16:00h – 17:30h – Masterclass:
“A Prática de Conjunto em Jazz: técnicas de ensaio e práticas de jazz”
Local: Mini Auditório da Escola de Musica
da UFRN

Quarta feira, 22 de junho:
18:00h – 20:00h – Ensaio aberto com os
professores da EMUFRN.

Quinta feira , 23 de junho:
21:00h – 23:00h – Concerto:
Mike Tracy: The Embassador of Jazz concerto/Jam session
Local:Espaço Cultural Buraco da Catita

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Artigo do Prof. Edilson Pinto

A ciência da incerteza
“A medicina é a ciência da incerteza e a arte da probabilidade”
Dr. William Osler

            O Dr. Bernard Lown - professor emérito de cardiologia da Escola de Saúde Pública de Harvard e médico do Hospital Brigham para Mulheres, em Boston - recebeu em 1985, o prêmio Nobel da Paz em nome da Associação Internacional de Médicos para a Prevenção da Guerra Nuclear, entidade da qual é co-fundador. Em seu livro “A Arte Perdida de Curar”, o Dr Lown faz um relato extremamente corajoso e sincero: “Grandes mestres moldaram minhas ideias sobre a tarefa do médico, destacando-se principalmente o Dr. Samuel Levine... embora ele fosse fadado a ser meu mentor e paradigma profissional, permiti que minha arrogância juveni l me dominasse e concluí que o velho Levine tinha pouco a me oferecer... Mas, logo se tornou difícil evitar admitir a minha inércia como clínico. Era óbvio o contraste existente entre a reação dos doentes do Dr. Levine e a dos confiados aos meus cuidados. Ele, com pequeno conhecimento da fisiopatologia aplicável, receitava poções não testadas e o paciente melhorava, se recobrava e recuperava a saúde, ao passo que eu, repleto dos últimos descobrimentos relatados no New England Journal of Medicine, não conseguia tais resultados”.
            Que interessante! Como pode “Poções não testadas”- não submetidas a teste de significância estatística, aos rigores da ciência-, servirem melhor aos pacientes do que os conceitos verdadeiramente determinados pelo método científico? Será que estes pacientes não sabiam que o que a ciência comprova e publica em revistas científicas é lei, é verdade, e deve ser seguido à risca sobre pena deles não se curarem?
            Ora, é claro que se Pilatos conhecesse o método científico, a pesquisa, os testes t de Student, as regressões logísticas, as análises multivariadas, etc. etc. ele não teria perdido tempo perguntando a Cristo: “Que é verdade?”. A verdade é a ciência e pronto! Ela é tão verdadeira, que até 1980, os médicos tinham certeza de que a principal causa da úlcera péptica gastroduodenal era o estresse. Havia até um aforismo aprendido por todos: “Sem ácido, não há úlcera!”. E inúmeras foram as dissertações de mestrados e teses de doutorados, publicadas em revistas de renome internacional, fazendo a apologia ao tratamento cirúrgico da úlcera péptica. Eu mesmo (que Deus e, principalmente, os me us pacientes me perdoem), durante a minha residência de cirurgia, operei diversos doentes ulcerosos... Mas, um dia, a verdade, cientificamente comprovada e publicada, foi ousadamente questionada por dois médicos australianos, os Drs. Barry Marshall e Robin Warren: “Nada do que se sabe da origem das úlceras é verdade; elas são causadas por uma bactéria, o H. Pylori”. É claro que os dois foram ridicularizados na época; suas palestras e comunicações eram motivos de chacotas e risos. No entanto, do ceticismo inicial – a ponto de nenhuma revista ligada a medicina ter aceitado os seus trabalhos-, hoje, após uma lenta e difícil batalha, tratamos os ulcerosos não mais com cirurgia e sim com anti bióticos.
            Veja caro leitor, como as verdades cientificamente comprovadas na medicina são sólidas... O que ontem era lei, hoje é lixo; o que hoje é ridicularizado, amanhã pode ser lei. Portanto, a pergunta agora não é mais “Que é verdade?”, mas sim, “Quem está com ela, com a verdade?”. Os devoradores de artigos médicos? Os professores universitários assoberbados de conhecimentos, capazes de ler toda a biblioteca de Alexandria, mas incapazes de saber o significado da palavra AMOR? “Os arrogantes que acham que só têm um ponto de vista que vale: o dele?” Quem?! Por favor, se alguém souber quem é o dono da verdade, envie o nome para meu o e-mail (edilsonpinto@uol.com.br), pois adorarei conhecê-lo.
            Afinal, por saber tão pouco - aliás, assim como Sócrates: “Só sei que nada sei!”-, só sei que entre o céu e a terra há mais mistérios do que pode imaginar a nossa vã filosofia, como alertava Shakespeare. Mistérios, que estão além do nosso alcance, da nossa limitada consciência. Mistérios, que não explicam como um doente pode melhorar apenas com um bom dia, com um aperto de mão, com uma música ou livro lido na sua cabeceira. Mistérios, citados no artigo do Dr. Sigwart Ulrich, publicado na revista Science, mostrando que doentes operados de vesícula se recuperavam melhor quando a janela do seu quarto hospitalar abria para um bosque, ao invés daqueles cuja janela dava para um estacionamento... Mistérios!
            Não é à toa, caro leitor, que o julgamento de Hipócrates inicia-se assim: “Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas...”. Ele sabiamente percebeu que a fé, a crença, é algo tão importante quanto um bisturi ou um quimioterápico poderoso... Por isso que o Dr. Lown, aquele que ganhou o prêmio Nobel da Paz, certa vez disse: “A melhor c ura será aquela que casar a arte com a ciência, quando o corpo e espírito forem examinados juntos”.
Francisco Edilson Leite Pinto Junior
Professor, médico e escritor