sábado, 31 de dezembro de 2011

PSIQUIATRAS: MEU FELIZ 2012

Estimados amigos PSIQUIATRAS,
Desejo a todos, um feliz 2012, de muita saúde e paz.


Desejarei neste réveillon, que no próximo ano, mesmo sabendo que tudo se repetirá, algo inesperado aconteça, como uma mágica e a mente das pessoas mudem, a ponto de termos um mundo melhor, neste ano que vai nascer.


O meu brinde será cheio de ilusão. Embriagar-me-á antes de tomá-lo por inteiro e me fará, mesmo que inutilmente, sonhar com a lucidez dos que violam nossa cidadania. Dinheiro no bolso dificilmente terei, e se saúde tiver pra dar, não venderei (está cada vez mais rara).


Meu grito de ano novo, também irá para os gestores, políticos, chefes, coordenadores, presidentes, diretores, secretários, consultores, e todos seus correspondentes vices, adjuntos, auxiliares, bajuladores, puxa-sacos, baba-ovos, amantes, sanguessugas e afins. Vou rezar para que todos ganhem mais humanidade, consciência e espírito coletivo, mesmo sabendo que não acontecerá.


Como disse, já se passará da meia-noite e provavelmente não estarei totalmente coerente e então terei a liberdade de acreditar que tudo pode mudar.


Lembrarei dos que se foram, com tristeza. Mas, o mais provável mesmo, é que eu chore pelo tempo perdido das ações inúteis deste ano, das corrupções, dos crimes, do primitivismo das mentes ditas sábias, da falta de respeito com as pessoas mais carentes.


Na ceia, saberei que nem todos estarão comendo como eu, abusivamente, e que muitos poderiam ter uma mesa mais farta, coisa que neste ano mais uma vez, poucos terão.


Os fogos de artifício, por mim, não estourariam no céu, ficariam pra sacudir na casa das pessoas que promoveram o retrocesso da nossa cidade, esse seria meu desejo perverso da noite. Eu acho que lá pelas duas da manhã, me darei este direito. Desculpem, eu sou de carne.


Enfim, que em 2012, o mundo não acabe. No réveillon para 2013, estarei renovando os votos.


Um grande abraço a todos.


Gustavo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Juiz da 1ª. Vara da Infância constata atendimento de qualidade no Hospital Maria Alice

Na manhã desta quinta feira (15), o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda, acompanhou a visita do Juiz da 1ª vara da Infância e Juventude de Natal, Dr. José Dantas de Paiva e da promotora de Justiça em Defesa  da Saúde, Kalina  Filgueira, no Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes.
A visita foi para verificar in loco o atendimento daquela unidade hospitalar e a infra-estrutura oferecida aos pacientes.  Para o magistrado, o hospital está alinhado conforme solicitação do Ministério Público. "Estamos satisfeitos com o que vimos aqui no hospital, de fato, as informações prestadas pelo Estado sobre o Maria Alice, comprovam a melhora  no atendimento", falou o juiz.
Para o Diretor da Unidade, Wilson Cleto Filho, a decisão pela mudança de perfil daquela unidade para urgência referenciada organizou os serviços. "Hoje realizamos os procedimentos de alto risco e os pacientes só esperam quinze minutos para serem atendidos", anteriormente passava de duas horas", disse o diretor.
Atualmente, o Hospital Pediátrico oferece aos usuários a classificação de risco, uma triagem que é feita na entrada da unidade. Os leitos de UTI passaram de 5 para 10. A escala de Pediatras possui diariamente três profissionais de plantão. É realizado o ambulatório especializado em cirurgias e cardiologia. E em breve, haverá o atendimento da neurocirurgia.
Para a promotora Kalina Filgueira, é visível a reestruturação do Hospital. "Percebemos um atendimento de qualidade,o Estado está cumprindo seu papel e  fazendo com que os municípios também assumam suas responsabilidades na atenção básica", afirmou a promotora.
Para o Secretário da Saúde, Domício Arruda,a tendência é que  os Hospitais Regionais sejam reestruturados, de acordo com o perfil hospitalar. "A população sabe que pode contar com os serviços de alta complexidade do Maria Alice, que são de referência para todo o Rio Grande do Norte", disse Domício Arruda.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MINHA HOMENAGEM AOS PEDIATRAS NATALENSES

Para Dr. Wilson Cleto, que teve um 2011 desafiador, uma poesia de Mário Quintana.

Rua dos Cataventos VI

Na minha rua há um menininho doente.
Enquanto os outros partem para a escola,
Junto à janela, sonhadoramente,
Ele houve o sapateiro bater sola.

Ouve também o carpinteiro, em frente,
Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola...

Mas nesta rua há um operário triste:
Não canta nada na manhã sonora.
E o menino nem sonha que ele existe.

Ele trabalha silenciosamente...
E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente...

Mário Quintana

sábado, 19 de novembro de 2011

Diretores de hospitais avaliam como positiva a reunião com a governadora



Na última sexta-feira (04) os diretores de hospitais da região metropolitana de Natal se reuniram com a Governadora, Rosalba Ciarlini e com o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda. O objetivo da reunião era discutir, entre alguns assuntos, a superlotação nas unidades hospitalares e a carência dos leitos de UTI. Após o encontro, os diretores saíram satisfeitos com a posição da Governadora, que já agendou uma próxima reunião para o dia 25.

"Nossa principal preocupação era em relação à autonomia dos hospitais e isso foi garantido pela Governadora, portanto ficamos muito satisfeitos com a reunião", falou Wilson Cleto, diretor do Hospital Maria Alice Fernandes. Ainda segundo Wilson Cleto, a reunião foi uma troca de informações sobre as dificuldades do estado.

De acordo com o Diretor do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Mozart Dias, foi um momento em que a Governadora pode escutar as dificuldades de todos. "Apresentamos à Governadora nossas dificuldades em relação à manutenção do hospital, como a necessidade de profissionais e insumos. Saímos da reunião com o sentimento de credibilidade e garantia da autonomia financeira", disse Mozart Dias.

Para o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda, essa reunião mostra o comprometimento da equipe gestora com a Saúde do Rio Grande do Norte. "Estamos trabalhando com o compromisso de avançar nos procedimentos e na melhoria da qualidade de atendimento em nossas unidades hospitalares", afirmou o secretário.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Crônica de um João Ninguém

Doutor Jonas Alencar era um médico à moda antiga. Tinha qualidades que são um pouco raras hoje em dia: pontual, atencioso, amava sua profissão, ético, escutava os seus pacientes. Aos 65 anos, 38 deles dedicados à oftalmologia, ainda ia diariamente ao seu consultório. Sempre na hora. Nos últimos 05 anos começou a perder um pouco de estímulo com a sua profissão. Estava triste. A baixa remuneração que os planos de saúde pagavam por seu trabalho quase que o obrigava a ter que atender um maior número de pacientes para manter o consultório aberto. Mas ele resistia. Agendava somente um paciente a cada meia hora para fazer uma consulta que ele considerava decente. Seus colegas diziam que ele tinha que se adaptar às mudanças, que 30 minutos para uma consulta era inviável. E era! Entretanto ele fazia o que achava certo.

Era mais um dia normal, com exceção que era o aniversário de 01 ano de sua primeira neta, Júlia. Toda a família estaria lá e eles pediram que ele não se atrasasse para a festa. Chegou para trabalhar à tarde, como de costume 15 minutos antes do primeiro paciente que estava agendado para as 14 horas. Olhou sua agenda e pressentiu um problema: os 03 últimos pacientes eram da mesma família. Raramente, quando isso acontece, eles chegam no horário marcado. Ele começou o seu atendimento e tudo transcorreu bem, até que o relógio marcou 17 horas, hora que o primeiro paciente da bendita família deveria ser atendido. E nada. Meia hora de espera e nada. Ele pediu para que a Sra. Kátia, sua secretária há 20 anos, ligasse para saber se eles viriam. “Tamo chegando”, foi a resposta. Às 18 horas entram os três no consultório, a mãe e dois filhos. Educadamente, Dr. Jonas cumprimenta-os. Pergunta como eles estão. Inicia uma conversa:

- Quem indicou vocês para mim?

- O meu filho procurou no livro do plano de saúde e gostou do seu nome. Como é o seu nome mesmo doutor? Perguntou a mãe.

- Jonas. Respondeu ele, não acreditando que alguém fosse se consultar sem saber o nome do médico.

- Pois é Dr. João, eu vim aqui para fazer exame de vista.

- Tudo bem. Mas me chamo Jonas.

Iniciou o exame da mãe. Ela logo alertou a ele:

- Detesto exame de vista. Deveriam inventar alguma coisa mais moderna.

- Concordo. Disse o médico, sem querer entrar em choque com a paciente.

No meio do exame, subitamente surge um som alto e depois alguma coisa parecida com uma música:

“Eu queria um homem prá dar lipo e silicone, eu queria um homem prá dar lipo e silicone”.*

Era o celular da paciente que tocava. E o pior: ela atendeu! Dr. Jonas esperou pacientemente ela terminar a conversa. Finalizou o seu exame. Depois examinou os filhos, interrompido várias vezes pelo refrão: “eu queria um homem prá dar lipo e silicone” que depois ficou ele sabendo que era a música de uma famosa banda de forró, embora ele não considerasse aquilo um forró. Após terminar o exame do segundo filho, ela diz:

- Dr. João, queria te pedir um favor. Você poderia dar uma “olhadinha” no meu pai? Ele está com um problema no olho, mas ele não tem plano...

Dr. Jonas, que não era médico de dar “olhadinha” em ninguém, fez o exame completo no pai. Sem cobrar. “eu queria um homem prá dar lipo e silicone”, tocava insistentemente o celular da mulher. Despediu-se dos quatro.

- Você é João de que? Perguntou a mulher

A pergunta foi encoberta pelo som de “Vai Safadão” vindo do telefone celular de um dos filhos.

- Perdão senhora, não entendi a pergunta.

- O seu nome é João o quê?

- João Ninguém! Respondeu calmamente o médico

Falou aquilo, pois era como ele se sentia, um João Ninguém. Saiu do consultório, agradeceu a Sra. Kátia todos os anos de dedicação. Deixou avisado que estava se aposentando.

- Por quê? Perguntou a secretária.

- Porque eu não sei mais como praticar essa Medicina.

Foi para a festa de sua neta. Com sorte ainda chegaria a tempo de ver o assoprar das velinhas.

* Caso o leitor se interesse, pode escutar esse “clássico” da MPB através do link http://letras.terra.com.br/avioes-do-forro/1892801/

Texto Escrito Por Uchoandro Costa Uchôa. Médico de profissão, escritor (muito) amador.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Carta p/ Thiago

Caro Chagas.

Compartilho fortemente de sua opinião (p/ variar) quanto a se escolher o melhor lugar para tratar-se e não acho válido entrar no mérito da discussão política no que tange o fato de ser particular ou público.

Enxergo porém, neste imbróglio, uma discussão muito mais salutar e de importância para a classe médica como um todo. O valor da OPINIÃO MÉDICA em casos de tratamento das chamadas doenças de diagnóstico catastrófico (p ex câncer), não no caso de Lula, mas em outros casos de pessoas abastadas, algumas até conhecidas de nossa humilde e maltratada Natal (e do estado também).

Alguma vez já soubemos se a escolha do Sírio ou de outro hospital partiu de uma sugestão médica?

Sinceramente, as pessoas que conheço e que já realizaram algum procedimento no hospital em questão, o fizeram por iniciativa própria ou indicação de amigos/conhecidos.

Fato é, meu caro, que tudo passa pelo "marqueting" tupiniquim, principalmente nas localidades onde as pessoas acham poderoso tratar-se "nu Ricife" ou em "Sumpaulo". Nós conhecemos serviços de refência médica de níveis elevadíssimos e... No serviço público!!! Claro, com as dificuldades jurássicas no acesso, mas serviços de excelência. No entanto, estes hospitais não realizam os charmosos check ups anuais, não têm a rotina (não comprovada) de realizar US doppler de 6/6h para casos de escaras de membros inferiores e não cobram diretamente do usuário, ou seja, NÃO DÃO IBOPE.

Quanto à "oncopoliticologia", lembro do ex-Governador de SP, Mario Covas e seu Ca metastático de bexiga em 2001. Não sei onde tratou-se, mas morreu no INCOR. Ao descobrir que as opções terapêuticas tinham-se esgotado, O MÉDICO (pelo menos foi o que divulgaram) tomou a decisão de tirá-lo da UTI para que morresse dignamente em um quarto, junto aos familiares. Um ato de amor, dignidade e humanismo, um ato médico.

Lembro ainda que, durante o período de tratamento, em um evento na Praça da República, Covas sofreu algumas agressões devido à insatisfação da oposição da época (durante seu mandato, houve várias privatizações de estatais em SP) num exemplo de que para os radicais, de nada vale a situação humana do indivíduo. 

É isso, amigo, que consigo extrair destes xingamentos e absurdos que tenho lido/escutado por ai.

Abraços

Wilson

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

QUEBRANDO O TABU

Atenção amigos para o documentário do brasileiro Fernando Grostein.

Participação de Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton.

Site do filme:
http://www.quebrandootabu.com.br/

Quer baixar?
http://cinemacultura.com/?cat=75

CCRM É CULTURA.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Crises, dores, adversidades?! Oba! - Pelo Prof. Edilson Pinto


Crises, dores, adversidades?! Oba!
            Caro leitor, não pense que eu sou masoquista. Apesar do título desse artigo e ainda o fato de ter escolhido a saúde e a educação para trabalhar, mesmo assim, me considero um otimista inveterado. Se fico feliz com crises, dores e adversidades é porque considero que somente através delas é que poderemos: crescer, aprender e melhorar como seres humanos.
            Zona de conforto, para mim, é igual ao câncer da vida. Aliás, não é só minha esta opinião não. Leonardo Boff tem também a mesma idéia: “As crises fazem pensar; os padecimentos pessoais e coletivos permitem o crescimento”. Demétrio de Falero, o primeiro bibliotecário de Alexandria, também tinha esta receita: “Não há homem mais infeliz do que aquele que nunca passou por adversidades”.
Viver em brancas nuvens, em plácido repouso, faz as pessoas adormecerem. É preciso sentir o frio da desgraça para não ser apenas espectro de homem e passar pela vida e vivê-la. O poeta Francisco Otaviano no seu poema “Desilusões da vida”, nos mostra muito bem isso. Não é à toa, caro leitor, que na China a palavra crise tem dois significados: Perigo e Oportunidade. E é a maneira de como reagiremos a ela, que fará toda a diferença.
Li recentemente no livro “Era uma vez uma empresa”, do escritor Gabriel Garcia de Oro, uma fábula interessante: Um rapaz vivia se lamentando dos seus infortúnios e já estava a ponto de desistir de tudo. Até mesmo de sua vida. Aí surgiu uma velha bruxa (veja caro leitor, nem sempre as bruxas são tão perigosas como parecem...). Ela então chamou o jovem rapaz até a cozinha da sua casa, e lá chegando, encheu três panelas com água e as colocou no fogo. Na primeira panela, jogou cenouras; na segunda, colocou ovos; na terceira, colocou um punhado de café. Após vinte minutos, apagou o fogo e depositou as cenouras e os ovos num prato e o café numa xícara. Então, pediu ao jovem rapaz desiludido, para se aproximar e t ocar nas cenouras e nos ovos. O primeiro estava mole; o segundo estava duro. E o café, ao bebê-lo, disse o rapaz: “está uma delícia!”. Moral da fábula: apesar da adversidade ser a mesma, a água fervente, um ficou mole, o outro endureceu, mas somente um transformou a água em algo extraordinário: o café.
Extraordinária mesmo, caro leitor, é a história desses grandes homens da música clássica: Johann Pachelbel, que após perder a mulher e seu filho contaminados pela peste, fez uma música belíssima que nos emociona até hoje, o seu Cânone; Fréderic Chopin vítima de tuberculose, desde a infância, deixou uma vasta obra musical. E o que dizer do genial e magnífico Ludwig van Beethoven, que após a perda da mãe, passou a conviver com um pai alcoólatra e aos vinte anos ficou praticamente surdo, a ponto de um dia ter pensado em colocar fim na sua vida, como disse no seu “Testamento de Heiligenstadt”. A sua Nona sinfonia (Ode à alegria), uma das mais belas músicas da huma nidade, termina com um apelo: “Oh, Amigos! Mudemos o tom; entoemos algo mais prazeroso e alegre!”.
Sim, caro leitor! Precisamos mudar o tom das crises, das dores e das adversidades. Precisamos ter consciência que ostra feliz não produz pérola. E que tem razão, portanto, Sartre ao afirmar: “não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim”.
Vivemos em um país, onde reina a desonestidade aliada a incompetência dos nossos “pseudo-líderes”. Vivemos momentos de crises, dores e adversidades onde cada vez mais pagamos impostos, anuidades, etc. etc. e vemos este dinheiro todo ser escorrido pelos ralos da corrupção. E o que é pior, onde mais deveria ter honestidade, caráter ilibado, atitudes corretas e princípios éticos são onde menos se tem... Mas se isso acontece, grande parte - ou senão toda- é culpa da nossa inércia, do nosso plácido repouso, do deitado eternamente em berço esplêndido...
É preciso acordar! É preciso se unir! É preciso mudar o tom disso tudo. O perigo que estas pessoas desonestas e incompetentes têm representado ao longo de todos esses anos, tem que virar oportunidade de mudança. E é tão fácil essa mudança. Basta somente um pequeno momento de reflexão, antes de votar, e acompanhar e cobrar, com afinco, que o que foi prometido seja cumprido. É incrível como a população não percebe a sua força. É o nosso conformismo que encoraja esses desonestos.
Certa vez, um velho mestre, na companhia de seu discípulo, resolveu visitar uma família extremamente pobre - pai, mãe, quatro filhos e dois avôs - que contava com um único bem: uma vaca muito magra cujo leite mal dava para alimentar a todos. Após, passar a noite com esta família pobre, mas hospitaleira, o velho mestre acordou o seu discípulo, ainda de madrugada, e disse: “hora da lição!”. Saíram os dois da casa, sem fazer barulho, e o velho mestre, sob o olhar atônito do discípulo, degolou a vaca.  O aluno inconformado cobrou do mestre: “que diabo de lição é essa?!”. O velho mestre apenas disse: “vamos para casa!”. Após um ano, voltaram a visitar a família e o que viram no lugar do velho casebre, foi um a casa grande e luxuosa. O pai, bem vestido, lhes contou que, após a morte da vaca, eles tiveram que mudar o estilo de vida: “a vaca era o nosso sustento; após a sua morte e em dificuldade, tivemos que limpar o quintal, conseguir algumas sementes e plantar. Com o dinheiro das hortaliças vendidas compramos mais sementes...”. Enfim, a vaca não era o único bem da família, mas sim, a prisão para uma vida de conformismo e mediocridade.
Crises, dores, adversidades?! Oba! Um dia vamos acordar...
Francisco Edilson Leite Pinto Junior – Professor, médico e escritor

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cidade da Esperança. A última que morre.


Os últimos anos tem sido desanimadores. Trabalhando há três anos na Policlínica Oeste, no bairro Cidade da Esperança (ou simplesmente “Esperança”), em Natal, e exercendo a Psiquiatria no nível ambulatorial, sou testemunha do descaso e desorganização do serviço público, da assistência em saúde mental neste município. Situação semelhante em todas especialidades, acredito.
Pra início de conversa, o estado físico da unidade é deplorável. Costumo dizer que se vão implodir o Machadão para construir outro estádio milionário, não custaria muito dar uma passadinha lá na “Esperança”, e com o resto dos explosivos derrubar também o centro, construindo um novo com o que restou da metralha daquele estádio. Parece maluco, mas o inverso é tão bem absorvido pelas pessoas, que eu me dou conta que a prioridade é outra mesmo. Na verdade, por um período nem precisava de implosão. No ano de 2009, quando chegava mais uma vez para o atendimento, fui informado que mudaria de sala, pois na minha costumeira, o teto havia caído. Caiu fora do meu horário de atendimento e graças a Deus, “Esperança” é última que morre. Recentemente, o muro caiu também, mas meu carro estava em outro lu gar. Vou escapando.
O Distrito Oeste tem cerca de 250 mil habitantes, composto pela Cidade da Esperança e mais nove bairros, clientela que se dedica aquele ambulatório. Entendendo ambulatório como atenção na comunidade, extra-hospitalar, não consulto somente casos elementares ou que não precisem de maior suporte. A clientela é absurdamente grave, crônica, casos complexos, em conjunto com outros transtornos mais leves, que estão se tornando cada vez menos comuns. No meu papel, encaminho estes pacientes para níveis mais organizados e consistentes de atendimento, segundo tenho informação pelo Ministério da Saúde, os chamados CAPS, porém os pacientes retornam, não conseguem ser absorvidos pelos CAPS, e voltam, claro, para a “Esperança”, onde sabem que serão atendidos de fato, afinal é a última que morre.  
Mas a “Esperança” não é exclusividade destes bairros. Toda Natal e municípios vizinhos vão atrás de atendimento pelo Psiquiatra, para lá mesmo, onde o teto cai e o muro cai, mas por não ter morrido ainda, é a última alternativa. Ambulatório de Psiquiatria não é prioridade do SUS. Há quem diga que o ambulatório não serve para nada, mas estranhamente, os CAPS também encaminham para a Policlínica, além de hospitais, PSFs, NASFs, presídios, órgãos variados da justiça, etc.
No atendimento, a bizarrice é o comum. Atendo na sala da Ginecologia, decorada pelo mofo e infiltrações, entre colposcópios e banquinhos, ornamentados pela ferrugem, mobiliada por cadeiras de ergonomia jurássica, design habitual do SUS. Invariavelmente não tem receituário, por exemplo, e muitos voltam para casa sem a receita. Não tem sido muito bom informar ao paciente que eu não posso fazer nada e que já tentei de tudo. As reclamações não acabam. Quando aparece o receituário, não tem a medicação nas farmácias, mesmo as mais simples.
A peregrinação continua para o paciente, em busca de local que tenha receituário, de farmácia que tenha medicação, de dinheiro para comprar a medicação que não apareceu, aumentando seu custo de vida. O que não diminui é o número de pacientes, de pessoas sem atendimento, de pessoas adoecendo. Mesmo assim, na “Esperança”, o último suspiro pode ser dado, a última queixa cuspida. Estamos lá para escutar. Isso não faltará, posso garantir, depende de mim.
Na “Esperança” nós seguramos a barra, sem medo, atendendo em situação precaríssima, pacientes violentos muitas vezes, alcoolizados, esquecidos pela sociedade, quase invisíveis, mas lá estão sendo vistos, por mim pelo menos, não estou cego ainda.
Não tenho como saber, quantos por depositarem na “Esperança” sua última esperança, estão conseguindo caminhar, viver, sem internamento hospitalar, sorrir um pouco que seja. Mas sei que são muitos, que o ambulatório tem sua inestimável importância, vai resistindo, nem que seja com uma escuta apenas, com um olhar apenas, mesmo que seja com nossa pequena contribuição, á margem dos discursos teóricos dos gestores, do duvidoso compromisso político das autoridades. Ainda há esperança.

Gustavo Xavier é psiquiatra e esperançoso.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tribuna do Norte | Prefeitura de Natal é condenada por inadimplência de imóvel

Tribuna do Norte Prefeitura de Natal é condenada por inadimplência de imóvel

"A verdade é que Todos usam o SUS" - Tribuna do Norte de 28/08/11



O tema da Conferência de Saúde deste ano resume bem o sentimento de muitos dos militantes do sistema. Exasperados pelas constantes notícias de ineficiência, os organizadores da Conferência resolveram mostrar o SUS "invisível" nas denúncias de filas, falta de médicos e medicamentos. "O SUS não é somente os corredores lotados. Também há excelência", reclama Ana Tânia. As conferências estaduais de Saúde serão realizadas nos dias 27, 28 e 29 de setembro.

Existe uma idéia equivocada - e em certo ponto preconceituosa - que o SUS é "para pobre". Segundo os termos de um preconceito bastante disseminado, os setores com mais poder financeiro poderiam prescindir do Sistema Único de Saúde por pagar um plano de saúde ou um hospital privado. Mas isso não é verdade. O SUS está mais presente no cotidiano dos brasileiros do que muitos imaginam. Produtos cosméticos, alimentos, produtos de limpeza, tudo isso é fiscalizado e aprovado pela Agência Nacional de Saúde. Ora, a Anvisa faz parte do SUS. A vacinação é promovida pelo SUS e o Brasil tem o segundo melhor sistema de imunização do mundo.

Esses são alguns exemplos pouco lembrados. Existem outros. "Atendimento de urgência de problemas cardíacos, cirurgias neurológicas, por exemplo. São procedimentos pagos na rede privada pelo SUS. Mas os pacientes acham que o Sistema Único de Saúde é somente a fila do Walfredo Gurgel, não vêem que esses atendimentos na rede conveniada também são SUS", diz Ana Tânia.

O Hospital Maria Alice Fernandes é um dos exemplos de estrutura hospitalar bem avaliada na Região Metropolitana de Natal. Tanto o atual secretário de Saúde, Domício Arruda, quanto a ex-secretária-adjunta Ana Tânia Sampaio, são unânimes ao apontar o Maria Alice Fernandes como um exemplo na rede. A própria aparência do Hospital, com corredores limpos e arejados, já demonstra um diferencial. Mas a excelência só foi obtida após uma mudança no perfil do atendimento.

De acordo com o diretor do Hospital, Wilson Cleto, o atendimento no Maria Alice foi organizado após a redefinição do perfil. Antes, o Hospital fazia atendimento em ambulatório, o que está fora das obrigações da alta complexidade. "Somos um hospital de atendimento de média e alta complexidade. Não podemos fazer ambulatório", diz Cleto. A demanda pelo atendimento básico terá de ser absorvida pelos municípios, a quem compete fazer esse tipo de atendimento.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

CCRM - Fotos nem tão comprometedoras assim...

1. P/ depois não falarem que é mentira!

2. Quase não se vê...

3. Com certeza, não foi ele quem pagou!!!

4. MARVEL COMICS

5. Heim????

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

UMA HISTÓRIA MUITO MAL CONTADA

Assisti recentemente em um programa de televisão local, um psicólogo que respondia as perguntas do entrevistador, âncora do programa, sobre a diferença entre Psicanálise, Psicoterapia e Psiquiatria. Quando questionado sobre o papel do Psiquiatra, definiu que seria “um médico que tratava os transtornos com remédios”. Indagado sobre por que psiquiatras realizavam psicoterapias, sorriu e foi enfático: “Psicoterapia é papel dos psicólogos”, inclusive acrescentou que a Psicoterapia, em si, tinha origem na ciência Psicologia. O tom confiante e irônico do entrevistado, dava margem para que o telespectador leigo, levasse uma interpretação errônea da História, e talvez para os menos atentos, engolir uma idéia de que psiquiatras estavam se metendo em campo alheio.
É difícil estabelecer uma data precisa de quando o termo Psicoterapia tornou-se algo concreto e adquiriu o conceito que tem hoje. Sabe-se porém, de maneira evidente e comprovada, que no século XIX, o termo se mostrou presente pela primeira vez nos trabalhos do médico Walter Cooper Dendy (1794-1871), em 1853, no artigo “Psychotherapeia, or the remedial influence of mind.” Em 1872, o médico Daniel Hank Tuke (1827-1895), utilizou o mesmo termo em seus trabalhos e em 1891, o médico Hippolyte Bernheim (1840-1919), publica seu livro: “Hypnotisme, suggestion, psychothérapie”.

Sem dúvida a Psicoterapia surge em permeio a uma prática mais antiga, a hipnose, que no contexto médico, tem suas histórias entrelaçadas, principalmente no fim do século XIX. A primeira citação como hipnotismo coube ao médico James Braid (1795-1860), no ano de 1843. Nesse contexto, médicos conhecidos da época já se debruçavam sobre o tema, entre eles o famoso Jean Martin Charcot (1825-1893). Mais adiante, os que mais repercutiram no início de uma prática mais consolidada foram os médicos Josef Breuer (1842-1925) e Sigmund Freud (1856-1939).

Essa introdução, neste texto, se fez para mim, necessária. Reflito como a Psicoterapia, poderia ter nascido de um meio diferente que não fosse o da Medicina, a formação que por origem, tinha no seu ofício, o cuidar das agruras do ser humano, sejam elas físicas ou psíquicas. De fato, a Psicoterapia (e a Psicanálise) como entendemos hoje, nasce na Medicina. E não poderia ser de outro modo. O que dizer dos médicos psiquiatras Sigmund Freud (1856-1939), Carl Gustav Jung (1875-1961), Sandór Ferenczi (1873-1933), Ernest Jones (1879-1958), Karl Abraham (1877-1925), Michael Balint (1896-1970), Wilfred Bion (1897-1979), do médico pediatra Winnicott (1896-1971), e do médico Jacques Lacan (1901-1981)? Os expoentes da Psicanálise eram quase todos médicos. Será que o austero psicólogo da entrevista zombaria destes psicoterapeutas por serem, enfim, médicos?

A Psicanálise no início do século XX se difunde e populariza-se entre estudiosos. Em seguida, vieram práticas psicoterápicas de natureza e filosofia diferentes e opostas á Psicanálise, mas sempre com médicos na sua feitura. Pearls (1873-1970), criador da Gestalt-terapia, os fenomenologistas Biswanger (1881-1966) e Boss (1903-1990), todos médicos psiquiatras. O médico Jacob Levy Moreno (1889-1974) fundou o Psicodrama. O médico Wilhelm Reich (1897-1957) desenvolveu a Psicoterapia Corporal. Sem falar no conhecido Aaron Beck, médico psiquiatra, pioneiro da Terapia Cognitivo-Comportamental.

Outra pergunta poderia ser feita. Nos tempos atuais, a Psicanálise morreu na Medicina? A não ser que a lista que segue não fosse só de Médicos: o egípcio André Green, os franceses Jean Laplanche e Charles Melman, este seguidor de Lacan, os italianos Antônio Ferro e Piera Aulangnier (1923-1997), o argentino J. R. Nasio, os americanos Donald Meltzer (1922-2004) e Thomas Ogden, a alemã Marie Langer (1910-1987), e os brasileiros Fábio Hermann (1944-2000) e David Zimmermann (1917-1998).

Mas voltando a entrevista. Outra história continua mal contada. De onde vem afinal tanto rancor e mágoa contra o profissional médico?

Uma disputa por espaço se faz presente entre médicos e outros profissionais e não é de hoje, já percebida na Grécia antiga e explorada por Hipócrates (460 a. C - 377 a.C) no seu “Acerca da arte da medicina”. Não sendo exclusividade contra a Psiquiatria este peso, e sim contra a Medicina.

O século XX reservou acontecimentos que colocariam em xeque a atividade psiquiátrica. Neste propósito, eclode a dita Antipsiquiatria, a chamada Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial no Brasil. Os hospitais psiquiátricos foram comparados aos campos de concentração nazistas, na verdade ao que mais a humanidade passou a abominar no século XX, na sua segunda metade até hoje, como o símbolo do que há de mais perverso no Homem. O chamado “discurso médico” foi atacado por Jacques Lacan, no furor dos anos 60, servindo de filosofia dominante até hoje nas cadeiras de Psicologia, que utiliza no filósofo Michael Foucault, uma referência bibliográfica para suas argumentações anti-médicas.

Cabe aqui uma avaliação do livro “História da Loucura” (1961) de Foucault. Na verdade, sua tese de doutorado que se transformaria em livro. No ano de 1972, a editora francesa acrescenta um posfácio dos filósofos Henri Gouthier (1898-1994) e Jacques Derrida (1930-2004) emitindo críticas a respeito das teorias, e de sua abordagem sobre Descartes (1596-1650), o chamado cogito cartesiano. Vale ressaltar que os textos foram suprimidos na primeira edição brasileira de 1978... Um relato bem contado pelo professor Fernando F.P. Freitas (UERJ), no seu artigo “A história da psiquiatria não contada por Foucault” de 2001, publicado na revista História, Ciências, Saúde - Manguinhos. Uma leitura indispensável.

O autor do artigo em questão relata que Foucault ao dissertar sobre a criação do Hospital Geral de Paris em 1650, diz que a medida nada tem a ver com uma política de assistência em saúde, mas sim de “uma instância de ordem”, obviamente servindo para o seu eixo de raciocínio, a exclusão. Os historiadores modernos (Postel, Quétel, Swain) mostraram uma realidade diferente: um processo de reordenação das políticas de ordem pública, voltada para uma crescente população de pobres, fruto de uma passagem do mundo feudal para o capitalista. Não se tratava de uma medição de loucura/razão. Além disso, outros equívocos e negligências históricas são evidentes na obra foucaultiana: sobre a figura de Philippe Pinel (1745-1826), e o qualificativo “moral”, que significava todo tratamento que partia dos métodos psíquicos (no caso, não orgânicos), e não de uma ordem de poder, de “moralismo”, como se pregou.

Não poderia ser diferente. Foucault tinha na verdade, como linha principal de pensamento, a contestação de qualquer tipo de poder, e seus escritos caíam em cheio nos anseios das classes estudantis, trabalhadoras, operárias, ainda mais aqui no Brasil na época da ditadura militar. Não é de estranhar que um dos pontos de partida da luta antimanicomial começou com o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), no ano de 1978. Uma questão muito mais político-ideológica do que médica (leia-se baseada em evidência médica).

Concluindo, volto a Hipócrates, que nos revela: “é grandioso o testemunho da existência da arte, uma existência magnífica, pois até mesmo aqueles que não acreditam na sua existência são salvos por ela”. E por fim: “Há aqueles que, ao mostrar o resultado de sua própria pesquisa, mesmo sem acreditar no que eu afirmo aqui, realizam a arte de depreciar as artes.”

Uma história pode ser contada de várias maneiras, mas é preciso que se conte a verdade.

Gustavo Xavier é Médico e Psiquiatra

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. As Ligações Históricas entre a Hipnose, a Psicoterapia e a Psicologia. Ana Almeida-Melikian1, PhD & Cláudia Carvalho, PhD. 11º Congresso da European Society of Hypnosis (ESH), 2008. Revista Psychologica da Universidade de Coimbra.

2. A História da Psiquiatria não contada por Foucault. Fernando Ferreira Pinto de Freitas. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, rio de Janeiro, vol 11(1); 75-91, jan-abr, 2004.

3. História da Loucura. Michael Foucault. Ed. Perspectiva, 2003.

4. Memória da Psicanálise. 2ª Edição. Coleção Mente e Cérebro. 2009. Volumes 1 a 12.

5. Psicoterapias. Coleção Mente e Cérebro. 2010. Volumes 1 a 4.

6. Sobre o Riso e a Loucura. Hipócrates. Organização e tradução de Rogério de Campos, 2011.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

GULP - stop-motion - SENSACIONAL!

Pessoal, já deram uma olhada neste vídeo? "Gulp" é um curta-metragem "stop-motion" dirigido por Sumo Science da Aardman Animation. Foi todo filmado com a câmera do Nokia N8 (12megapixels, com lentes Carl Zeiss).
  
O curta foi filmado em Pendine Beach, no Reino Unido e mostra uma divertida aventura de pesca. Dizem que quebrou o recorde mundial de "maior animação stop-motion" com uma cena que cobre nada menos que 11.000 m2.
Para quem gosta de ANIMAÇÃO e PESCA, é um prato cheio.
 
Veja também o "making of" de Gulp.  
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Uma semana de música nunca vista em Natal

Entre 7 e 15 de outubro, a Semana da Música fará de Natal o centro das atenções da música erudita no país. Serão 18 renomados músicos nacionais e seis internacionais. Mais de 60 recitais, concertos gratuitos e apresentações inseridas em edição especial do Circuito Cultural Ribeira e em pelo menos outros oito pólos da cidade promovidos pela UFRN através da Escola de Música. Além de oficinas de instrumento e formação de orquestra e um público estimado em 20 mil pessoas durante os oito dias de evento.
Concertos com alguns dos maiores nomes da música erudita do mundo. Recitais espalhados em escolas, shoppings, universidades, hospitais e abrigo de idosos. Sinfonias, sonatas, big bands. Intercâmbio sonoro entre culturas. É Natal, de cidade vocacionada ao turismo, a centro da música de concerto.
A inscrição para as 24 oficinas começam já em 1º de agosto e prosseguem até 1º de setembro. Serão mais de 500 vagas. Metade delas é reservada a bolsistas selecionados pela perfomance instrumental. A inscrição custa R$ 50 (valor muito abaixo do cobrado por festivais similares, afora o benefício das inscrições gratuitas). São três horas diárias por cinco dias de aulas de instrumento, e três horas diárias por sete dias de prática de orquestra. Cada uma das 24 turmas será composta de pelo menos 20 alunos por instrumento.
A intenção das oficinas em formato master-classes (metodologia presencial em aulas práticas) é contribuir para o domínio da técnica do instrumento e o senso interpretativo. Provocar o aluno a reinventar processos, formas, técnicas, materiais e valores estéticos na concepção, produção e interpretação musical, envolvendo o pensamento reflexivo e crítico. A expectativa da produção do evento é receber inscrições de vários estados brasileiros e do estrangeiro.As oficinas possibilitarão formação e intercâmbio com renomados músicos, normalmente em atividades nas regiões Sul e Sudeste – distância considerada difícil à participação dos músicos e estudantes do Nordeste, sem recursos para transporte até o evento e custos da hospedagem. E são poucos os festivais, master-classes, workshops, palestras e oficinas no Rio Grande do Norte e no Nordeste, causando desigualdade enorme entre as regiões do país. “Existem inúmeras técnicas específicas para cada instrumento. Muitas delas peculiares, desenvolvidas pelo próprio músico. E esse conhecimento é baseado principalmente na transmissão oral e desenvolvida empiricamente. Então, o contato com profissionais e professores de alto nível é imprescindível à formação do músico”, ressalta o coordenador geral do evento e professor da Escola de Música da UFRN, Amandy Araújo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Hospital Maria Alice Fernandes recebe visita da Governadora

Em visita, nesta quarta-feira (06) pela manhã, ao Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, a governadora Rosalba Ciarlini, o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda, acompanhados do diretor do hospital, Wilson Cleto Filho, puderam constatar o ganho de qualidade no atendimento nos últimos dois meses, após a implantação da urgência referenciada no último mês de maio.

A Unidade Hospitalar funciona como referência em cirurgias pediátricas e Urgências e Emergências para todo o Rio Grande do Norte. O atendimento ambulatorial é realizado aos pacientes que são encaminhados pelas unidades básicas de saúde, através da regulação. De acordo com o diretor do hospital, Wilson Cleto Filho, atualmente não há sobrecarga no Maria Alice Fernandes, em média 2.200 pacientes são atendidos por mês. "Fizemos uma pesquisa de satisfação com os nossos usuários e pudemos constatar a aprovação da mudança", falou o diretor.

Com a contratação de cinco pediatras, o hospital conta hoje com 21 médicos, distribuídos no ambulatório, cirurgias e internação. Houve um aumento de 50% no número de leitos de UTI, passando de 5 para 10. Segundo o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda, ainda há uma perspectiva da abertura de mais 10 leitos para enfermaria ainda no mês de julho, aumentando assim o número total de leitos de 55 para 65. "Os pacientes que vem para o Maria Alice são exatamente aqueles que necessitam de um atendimento de urgência. O atendimento básico precisa ser feito nas unidades de saúde dos municípios", disse Domício Arruda.

No planejamento da direção há intenção de construir uma unidade para dependentes de ventilação mecânica, desafogando a UTI, já que esses pacientes necessitam apenas de um ventilador e de assistência da enfermagem. Na visita, os diretores do hospital puderam mostrar à governadora as necessidades estruturais, que podem melhorar ainda mais o atendimento ao usuário. "Ficamos felizes com o trabalho que está sendo realizado aqui no Maria Alice. Pudemos acompanhar o atendimento a pleno vapor com um maior número de leitos, com a dedicação dos funcionários e, o mais importante, a preocupação e a responsabilidade em salvar vidas", falou a governadora Rosalba Ciarlini.

domingo, 3 de julho de 2011

Artigo de @Uchoandro - O Kit Hétero

“O KIT HÉTERO”



  Nada está chamando mais a atenção da mídia falada, escrita e digital do que o polêmico projeto do deputado Andronaldo Machado que tenta instituir o que ele chama de KIT HÉTERO, que seria distribuído obrigatoriamente nas escolas públicas do Brasil. O projeto de lei será votado na próxima segunda-feira, dia 01 de abril de 2100. A nossa equipe de reportagem entrevistou o deputado que explicou melhor o seu projeto:
- “O meu projeto tem como objetivo mostrar às crianças que existem pessoas que têm comportamento sexual diferente do da maioria. Há seres humanos que gostam de se relacionar exclusivamente com pessoas de sexo diferentes e nem por isso podemos considerá-los como seres bizarros ou temos o direito de discriminá-los.”
  Questionado como seria a distribuição do material, ele respondeu:
- “O vídeo está gravado em um novo dispositivo denominado HDT (Hologram Displayed by Touch). Trata-se de um aparelho, semelhante aos antigos “pen-drives”, mas que ao ser tocado, aparece um holograma em 3D. Toda criança a partir de 10 anos receberá um HDT no primeiro dia de aula.”
O conteúdo desse HDT, foi a nossa pergunta seguinte, a qual ele respondeu da seguinte maneira:
- “O holograma mostra um casal, composto de um homem e de uma mulher, onde eles tem atitudes que eram normais no passado, tipo andar de mãos dadas nas ruas, usar roupas específicas para cada um, beijar na boca...Não mostramos cenas de sexo, mas implicitamente mostramos que pode haver geração de uma nova vida através de outra maneira que não a do laboratório. Que é possível sim haver o surgimento de um novo ser humano através de uma relação sexual entre um homem e uma mulher. Hoje os heterossexuais, por serem minoria, são profundamente discriminados e tratados como aberrações da natureza. Queremos mudar esse conceito”.
  Mas será que isso não induziria às crianças a se tornarem futuros heterossexuais?
- “De maneira nenhuma”, respondeu o deputado. “Não pretendemos com esse kit incentivar as práticas heterossexuais de nenhuma criança. O que queremos é que elas cresçam com tolerância e aprendam a respeitar os héteros como seres humanos iguais, independente do seu comportamento sexo-afetivo”.
  O projeto é bastante polêmico e não se sabe se será aprovado. O principal opositor desse kit é o deputado Jean BBB IV. São deles as palavras:
- “É um absurdo esse kit. Ele representa o que há de mais reacionário na nossa sociedade: Os valores tradicionais, o conceito de família-padrão, ou seja, o fim da liberdade sexual. Isso é fruto de um pensamento neocristão arcaico. Seria um retrocesso colossal no comportamento do brasileiro”.
  Cada lado tem, pois, seus argumentos. Saberemos o resultado no próximo dia primeiro. E você, qual a sua opinião? Mande o seu pensamento para nós, através do endereço telepático @mythoughts.com

* Esse é um texto de mera ficção, onde o autor escreve seus devaneios e não tem a intenção de discriminar qualquer grupo populacional.
                Uchoa

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Continuando

Demanda do Maria Alice Fernandes é compatível com estrutura

Na unidade, pacientes são acolhidos de maneira ágil, além de não haver superlotação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Por Silvia Ribeiro Dantas
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Na manhã desta quinta-feira (30), a reportagem do portal Nominuto.com visitou as dependências do hospital pediátrico Maria Alice Fernandes, no Parque dos Coqueiros, constatando que os pacientes são acolhidos de maneira ágil, além de não haver superlotação em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

De acordo com Wilson Cleto, diretor do hospital, nunca houve superlotação nas enfermarias, apesar de o hospital receber muitos pacientes de municípios do interior do Rio Grande do Norte sem um contato prévio. Mesmo assim, existe um projeto de ampliação das enfermarias, para que a quantidade de leitos disponíveis passe de 55 para 65.

Uma obra de ampliação já foi efetuada no hospital durante o início deste ano fazendo com que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que dispunha de 5 pudesse passar a abrigar 10
Foto: Elpídio Júnior
"Desde o início, a UTI permanece cheia"
leitos. “Desde o início, a UTI permanece cheia, por haver um grande déficit de UTI pediátrica no Estado. Mas não há uma superlotação”, avalia o diretor.

Wilson Cleto revela que há intenção de construir uma unidade para dependentes de ventilação mecânica para atender aqueles pacientes que necessitam apenas de respirador. Ele explica que esse espaço é necessário por algumas crianças ficarem bastante tempo na UTI. “Que eu tenho conhecimento, há sete crianças no Estado que se encontram nesta situação e uma delas está aqui no hospital há seis anos. Além do aparelho para a respiração, eles precisam apenas da assistência de uma equipe de enfermagem, então com um local específico para eles, desafogaria a UTI”, detalha.

Bem estar
No hospital, as crianças internadas também têm acesso a uma brinquedoteca e recebem assistência no que diz respeito à educação, em um espaço batizado “Classe Hospitalar”, no qual uma professora cedida pela Secretaria de Estado da Educação auxilia os pacientes a acompanhar as disciplinas que estão vendo na escola. Além disso, há um boletim periódico enviado para a secretaria, sobre o rendimento das crianças.

Foto: Elpídio Júnior

Para os acompanhantes, que quase sempre são as mães, há aulas de produtos artesanais, como biscuit, pintura em tecido e confecção de acessórios de cabelos. “Esse tipo de ação chega até a estimular a mãe a participar ativamente do tratamento”, completa Cleto.
 

Deu no Portal nominuto,com

Após interdição, PS do Maria Alice funciona em boas condições

Pronto-socorro da unidade passou quase um mês sem funcionar e hoje atende apenas pacientes de urgência ou emergência.

Por Silvia Ribeiro Dantas

Atendimento ágil e ambiente tranqüilo. É isso o que pais e as crianças que precisam de atendimento de urgência e emergência encontram no pronto-socorro do Hospital Maria Alice Fernandes, gerido pela Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap) e especializado em pediatria. No local são atendidas crianças em estado grave, geralmente com crise convulsiva, acidentes, dores agudas e asma grave ou moderada.

Mas o quadro já foi bastante diferente. Durante mais de dois anos, a rotina no pronto-socorro da unidade era de longas filas, com crianças esperando até cinco horas para ser atendidas, desentendimentos entre pacientes e integrantes das equipes de saúde e inúmeras reclamações. O período mais crítico foi em abril deste ano, quando o pronto-socorro chegou a ser fechado por déficit de médicos para cumprir a escala de plantão e permaneceu interditado durante quase um mês.
Foto: Elpídio Júnior

O diretor do hospital, Wilson Cleto, conta que a situação mudou após a contratação de profissionais, o que permitiu que o pronto-socorro - interditado em 22 de abril - fosse reaberto em 13 de maio, contando com 21 pediatras para trabalhar em regime de plantão. Além disso, houve uma modificação na forma de atendimento na unidade. “Funcionávamos como um grande ambulatório, fazendo o papel de hospital, pronto-socorro e posto de saúde. Vinha criança com dor na barriga, por não estar comendo, porque tinha bicho de pé ou pano branco, ao mesmo tempo em que chegavam os pacientes com asma grave, crise convulsiva e ficavam todos juntos, o que fazia com que o atendimento para aqueles com doença grave fosse reatardado, prejudicando o resultado final”, explica.

Atualmente, os casos classificados como menos graves são encaminhados para outras instituições de saúde, como Santa Catarina, Sandra Celeste ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Com isso, conta o diretor, o tempo de resposta de atendimento que chegava a ser de até 5 ou 6 horas, passou para 10 a 20 minutos.
Foto: Elpídio Júnior
Wilson Cleto, diretor do hospital.

A maior eficiência no tempo de resposta foi uma conseqüência da redução no volume de pacientes que chega ao Maria Alice Fernandes, que caiu de uma média mensal de 5 mil para os atuais 2 mil. “Chegamos a atender mais de 7,5 mil crianças em março deste ano e os casos mais graves correspondiam a menos da metade dos pacientes que recebíamos, até abril deste ano”, enfatiza.

Cleto lembra que no dia seguinte à reabertura do pronto-socorro, um paciente foi recebido se queixando de dor abdominal e cerca de quatro horas depois foi constatado que ele tinha um tumor. “Não sei o desfecho do caso, mas ele teve o diagnóstico correto e é provável que se a nossa demanda ainda fosse muito grande, os médicos tivessem se concentrado em acabar com a dor, sem buscar o diagnóstico imediatamente. O que mudou principalmente foi a qualidade ao atendimento de quem tem característica de urgência”, analisa.